Introdução ao dízimo
O que é o dízimo?
O dízimo é uma prática antiga, mencionada em várias passagens da Bíblia, que consiste na entrega de 10% dos ganhos como um ato de gratidão e obediência a Deus. Essa contribuição não é apenas um mandamento, mas também um gesto de reconhecimento de que tudo o que temos vem dEle. Em Malaquias 3:10, Deus convida Seu povo a prová-Lo nisso:
“Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las”.
A importância do dízimo na fé cristã
O dízimo é mais do que uma obrigação financeira; é um ato de fé e adoração. Ele nos lembra de que Deus é o provedor de todas as coisas e nos ensina a confiar nEle em todas as áreas da vida. Além disso, o dízimo sustenta a obra de Deus, seja no cuidado com os necessitados, na manutenção da igreja ou no avanço do evangelho. Em Provérbios 3:9-10, lemos:
“Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho.”
Contexto histórico e cultural
Na época do Antigo Testamento, o dízimo era uma prática comum nas culturas do Oriente Médio, mas, para o povo de Israel, ele ganhou um significado especial. Era uma forma de sustentar os levitas, que não tinham herança de terras, e de prover para os estrangeiros, órfãos e viúvas (Deuteronômio 14:28-29). No Novo Testamento, embora não haja uma ênfase direta no dízimo como no Antigo, a generosidade continua sendo valorizada. Jesus elogia a oferta da viúva pobre, que deu tudo o que tinha (Marcos 12:41-44), mostrando que o coração por trás da oferta é mais importante do que o valor em si.
O dízimo no Antigo Testamento
Referências no livro de Levítico
No livro de Levítico, encontramos algumas das primeiras menções sobre o dízimo na Bíblia. Em Levítico 27:30, está escrito: “Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor.” Aqui, vemos que o dízimo era uma prática estabelecida como forma de reconhecer que tudo o que temos vem de Deus. Era uma maneira de devolver parte daquilo que Ele nos concedeu, demonstrando gratidão e dependência dEle.
Exemplos em Malaquias
O profeta Malaquias também aborda o tema do dízimo de maneira marcante. Em Malaquias 3:10, Deus desafia Seu povo a trazer os dízimos ao templo, prometendo bênçãos abundantes: “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las”. Esse trecho reforça a ideia de que o dízimo não era apenas um mandamento, mas também uma oportunidade de experimentar a fidelidade e a provisão de Deus.
A relação entre lei e graça
A prática do dízimo no Antigo Testamento estava intimamente ligada à lei mosaica, que orientava o povo de Israel em suas obrigações espirituais e sociais. No entanto, é importante refletir sobre como essa prática se conecta com a graça de Deus. No Antigo Testamento, o dízimo era uma expressão de obediência e adoração, mas também um lembrete de que tudo pertence a Deus. Essa relação entre lei e graça nos convida a entender que, mesmo na Nova Aliança, o ato de ofertar continua sendo uma resposta ao amor e à generosidade de Deus, que nos dá tudo de graça.
O dízimo no Novo Testamento
Jesus e o dízimo: referências nos Evangelhos
No Novo Testamento, Jesus menciona o dízimo em contextos específicos, reforçando sua importância, mas também convidando a uma reflexão mais profunda. Em Mateus 23:23, Ele elogia os fariseus por darem o dízimo, mas os adverte por negligenciarem “o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé”. Aqui, vemos que o dízimo não deve ser um fim em si mesmo, mas uma expressão de um coração comprometido com Deus.
Outra passagem significativa é Lucas 11:42, onde Jesus novamente aborda o tema, destacando que a prática do dízimo não pode substituir o amor e a devoção sincera. Ele não condena o ato, mas chama atenção para a motivação por trás dele.
Ensinamentos de Paulo sobre contribuição
O apóstolo Paulo, em suas cartas, não fala diretamente sobre o dízimo, mas aborda a generosidade e a contribuição como fruto de um coração grato. Em 2 Coríntios 9:7, ele escreve: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Paulo também ensina sobre o sustento da obra de Deus e dos ministros em 1 Coríntios 9:13-14, comparando o trabalho na igreja ao serviço no templo, que era mantido pelos dízimos. Ele reforça que “os que anunciam o evangelho devem viver do evangelho”.
A prática do dízimo na igreja primitiva
Nos primeiros anos da igreja, o dízimo não era uma regra rígida, mas a generosidade era marcante. Em Atos 2:44-45, vemos os cristãos vendendo seus bens e repartindo com os necessitados, demonstrando um espírito de partilha que ia além da lei mosaica.
Outro exemplo é a coleta organizada por Paulo para ajudar os pobres da Judeia (1 Coríntios 16:1-2), mostrando que a igreja primitiva via a contribuição como um ato de amor e comunhão, não apenas como uma obrigação religiosa.
Embora o Novo Testamento não imponha o dízimo como no Antigo, ele mantém o princípio de que tudo pertence a Deus e que nossa oferta é uma resposta de gratidão pela Sua provisão.
Princípios espirituais por trás do dízimo
Gratidão e devoção a Deus
O dízimo é, antes de tudo, um ato de gratidão e devoção a Deus. Ele representa o reconhecimento de que tudo o que temos vem das mãos do Senhor. Em Malaquias 3:10, Deus convida Seu povo a trazer os dízimos como uma forma de honrá-Lo: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro…”. Essa prática não apenas sustenta a obra de Deus, mas também alimenta nossa consciência de dependência espiritual e gratidão pelo que recebemos.
Ao separar uma parte de nossos rendimentos, estamos declarando que Ele é o dono de tudo e que confiamos em Sua provisão. Essa atitude de devoção fortalece nosso relacionamento com Deus e nos lembra de que somos mordomos, e não donos, dos bens que temos.
A bênção de contribuir com alegria
Contribuir com alegria é um princípio essencial no dízimo. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo nos ensina: “Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.” Quando entregamos nosso dízimo com um coração grato, experimentamos a alegria de participar dos propósitos divinos.
Alegria não está relacionada ao valor material da oferta, mas à disposição do coração. Contribuir com alegria é uma expressão de fé e confiança de que Deus suprirá todas as nossas necessidades, conforme prometido em Filipenses 4:19.
O equilíbrio entre leis e ação do coração
O dízimo não é apenas uma lei ou uma obrigação; é uma prática que deve ser motivada pelo amor e pela vontade sincera de agradar a Deus. Jesus, em Mateus 23:23, criticou os fariseus por cumprir a lei ao pé da letra, mas negligenciarem a misericórdia, a fé e a justiça: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé.”
Isso nos ensina que o dízimo não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas como parte de uma vida de obediência e amor a Deus. O equilíbrio entre seguir a lei e agir com um coração sincero é essencial para que a prática do dízimo seja espiritual e significativa.
Perguntas comuns sobre o dízimo
O dízimo ainda é obrigatório?
Essa é uma das dúvidas mais frequentes entre os cristãos. No Antigo Testamento, o dízimo era uma prática estabelecida como uma forma de sustento para os levitas e para cuidar dos necessitados (Levítico 27:30). No Novo Testamento, Jesus menciona o dízimo, mas com um enfoque maior no coração por trás da oferta (Mateus 23:23). A palavra não é imposta como uma lei rígida, mas sim como uma expressão de gratidão e adoração a Deus. O apóstolo Paulo reforça isso em 2 Coríntios 9:7, dizendo: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Como calcular o dízimo hoje?
O dízimo, tradicionalmente, corresponde a 10% dos rendimentos. No entanto, é importante entender que, mais do que um cálculo matemático, o dízimo é uma atitude de fé. Algumas pessoas escolhem calcular 10% da renda líquida, enquanto outras consideram a renda bruta. O essencial é que a decisão seja tomada com sinceridade e discernimento, buscando orientação em oração. Lembre-se: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Provérbios 3:9).
O que fazer se não puder contribuir?
Caso esteja passando por dificuldades financeiras e não consiga contribuir com o dízimo, não se sinta culpado. Deus conhece o seu coração e as suas circunstâncias. O mais importante é manter uma postura de gratidão e intenção de servir. Você pode começar com pequenas ofertas ou até mesmo dedicar tempo e talentos à obra de Deus. A Bíblia ensina: “Se há prontidão de vontade, será ela aceita conforme o que o homem tem, e não segundo o que ele não tem” (2 Coríntios 8:12). O Senhor valoriza a disposição mais do que o valor em si.
Como praticar o dízimo com propósito
Reflexão bíblica antes de contribuir
Antes de abordar a prática do dízimo, é essencial mergulhar em uma reflexão bíblica. A contribuição financeira na Bíblia, especialmente o dízimo, não é apenas uma obrigação, mas um ato de adoração e gratidão a Deus. Em Malaquias 3:10, o Senhor convida Seu povo a trazer os dízimos ao Seu templo, prometendo abrir as janelas do céu e derramar bênçãos sem medida. Essa passagem nos lembra que o dízimo é uma oportunidade de demonstrar confiança em Deus como nosso provedor.
Além disso, em 2 Coríntios 9:7, Paulo ensina que cada contribuição deve ser feita com alegria, não por obrigação ou coerção: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” Portanto, antes de contribuir, é importante examinar o coração e perguntar: Estou dando com grato reconhecimento pela provisão de Deus?
O impacto do dízimo na comunidade
O dízimo não é apenas uma prática individual, mas tem um impacto profundo na comunidade. No Antigo Testamento, os dízimos eram usados para sustentar os levitas, que não tinham herança de terra, e para cuidar dos necessitados, como os estrangeiros, órfãos e viúvas (Deuteronômio 14:28-29). Esse princípio se estende ao Novo Testamento, onde a igreja primitiva compartilhava seus recursos para suprir as necessidades uns dos outros (Atos 4:32-35).
Hoje, o dízimo continua sendo uma ferramenta poderosa para promover a justiça social e o cuidado mútuo. Quando contribuímos, estamos apoiando a obra missionária, o sustento dos obreiros e a assistência aos mais vulneráveis. Dessa forma, o dízimo se torna um ato de amor que fortalece a comunidade e reflete o caráter de Deus, que é generoso e compassivo.
A importância da motivação correta
A motivação por trás do dízimo é tão importante quanto a prática em si. Em Mateus 6:1-4, Jesus adverte contra a hipocrisia ao dar: “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.” Isso significa que a generosidade deve vir de um coração sincero, voltado para Deus e não para o reconhecimento humano.
Além disso, a motivação correta evita que o dízimo se torne uma mera transação financeira, em busca de bênçãos materiais. Em vez disso, deve ser uma expressão de gratidão e fé, reconhecendo que tudo o que temos vem de Deus (1 Crônicas 29:14). Quando damos com a motivação certa, experimentamos a alegria de participar do plano divino e de ser instrumentos de Sua graça no mundo.
Conclusão e chamada à reflexão
Resumo dos principais pontos
Ao longo deste estudo, exploramos o significado e a importância do dízimo no Novo Testamento. Vimos que, embora o dízimo tenha suas raízes no Antigo Testamento, ele também é mencionado e validado por Jesus e pelos apóstolos. O princípio fundamental é o mesmo: reconhecer que tudo o que temos vem de Deus e devolver uma parte como gesto de gratidão e fé. Passagens como Mateus 23:23 e Hebreus 7:1-10 nos lembram que o dízimo não é apenas uma regra, mas uma oportunidade de expressar nossa confiança e devoção ao Senhor.
Incentivo à prática do dízimo com fé
Praticar o dízimo não deve ser encarado como uma obrigação imposta, mas como um ato de amor e generosidade. Jesus nos ensinou que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:21). Ao entregar o dízimo, demonstramos que nosso coração está voltado para Deus e para o Seu reino. Além disso, a Bíblia nos promete que, ao sermos fiéis com o que Ele nos confia, Ele abençoará nossas vidas de maneiras que vão além do material. O desafio é fazer isso com alegria e fé, confiando que Deus suprirá todas as nossas necessidades.
Oração final de fortalecimento espiritual
Senhor, nós Te agradecemos por mais esta oportunidade de aprender e refletir sobre a Tua Palavra. Ajuda-nos a colocar em prática o que aprendemos, entregando o dízimo com um coração sincero e cheio de fé. Fortalece nossa confiança em Ti, sabendo que és o nosso Provedor e que cuidas de cada detalhe das nossas vidas. Que o nosso ato de fidelidade seja um testemunho do Teu amor e da Tua bondade. Em nome de Jesus, amém.
Perguntas frequentes
- O dízimo é obrigatório no Novo Testamento? Não como uma lei rígida, mas como um princípio de fidelidade e gratidão a Deus.
- Posso começar a dizimar mesmo com dificuldades financeiras? Sim, Deus valoriza a intenção do coração. Comece com o que você pode, e Ele honrará sua fé.
- Para onde devo entregar o meu dízimo? O dízimo deve ser entregue à igreja local, onde você é congregado, para o sustento da obra de Deus.

Eduardo Almeida é um estudioso das Escrituras com longa experiência em ensino e curiosidades bíblicas , apaixonado por explorar os mistérios da Palavra de Deus e compartilhá-los de forma clara e inspiradora.